No quadro o artista conseguiu magistralmente retratar o espírito do personagem.
Dá para ver no rosto que o jovem não se acerca ao mestre com o espírito submisso de quem quer receber um conselho a seguir mesmo que custe, senão um logro a mais. Quer ter “a vida eterna” como mais um “bem” que aumente e complete sua riqueza já vasta.
Orgulhoso de si mesmo se diz cumpridor de tudo, só lhe resta “ganhar o prêmio” que ele acha lhe é devido.
Não são as riquezas que o separam da vida eterna, senão seu orgulho a sua ganância.
O Mestre não pediu a Mateus, que vendesse seus bens, apenas que o seguisse. Mateus já tinha o espírito disposto a seguir e servir.
O jovem não. Por isso Jesus lhe pede que “venda seus bens”, é para mostrar-lhe que estava apegado a sua riqueza, a sua pessoa, e não estava disponível para Deus.
Queria uma ganhar a vida eterna “ao seu modo”, como muitas vezes nós queremos uma religião “a nossa medida e do nosso gosto”.
É não estar aberto a “dar” senão apenas a “receber”. Fazemos da religião um talismã para obter o que queremos sem custos. Rezamos para que Deus nos dê isto ou aquilo, de preferência do jeito e no momento que mais nos convém. Colocamos a Deus como nosso “faz tudo” e não como nosso SENHOR. Queremos Ele a “nossa” disposição e não NÓS estar-nos a disposição de Deus.
E quando as coisas não saem ao nosso gosto, jogamos Deus para fora das nossas vidas. Ficamos como o aquele jovem, rico em bens materiais e pobre, muito pobre para Deus.