Valor Divino do Humano - Jesus Urteaga Lodi

Compreendi a frialdade dessas almas quando senti no meu íntimo aquele repto que refletiam os olhos dos pagãos: “Demonstrai-nos com vossas vidas que Cristo vive!”.Valor Divino do Humano - Jesus Urteaga Lodi

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ESQUECERAM DE MIM


Estamos no final do Advento, ou seja, da preparação para o Natal.  Mas como é que entendemos ou vivemos essa preparação?
Lembro de uma história lida numa revista faz alguns anos. Contava a história que uma moça de 15 ou 16 anos chegava eufórica na escola numa segunda-feira comentando:
- No sábado fui ao meu primeiro vernissage! Adorei!
E ai vai contando tudo: roupa, dela e dos convidados, quem estava, os bebes e comes, etc.
No meio da empolgada narrativa, a sabichona da sala lança a queima-roupa a pergunta:
- E de quem eram os quadros?
Ai a garota se pergunta: quadros? Que quadros? Tinha uma leve lembrança de ter visto alguns quadros pendurados nas paredes, mas nem tinha prestado atenção... (para quem não sabe, vernissage é a inauguração de uma exposição de quadros).
Assim também a preparação para o Natal costuma se limitar a fazer as listas de amigo oculto, comprar e mandar cartões, pesquisar o preço do peru para a ceia, comprar presentes e mais presentes, resolver em casa de quem vamos passar a noite de Natal... E se no meio de esse redemoinho alguém chegasse e perguntasse assim a queima-roupa:
- E o aniversariante?
A maioria das pessoas ficaria que nem a garota da história:
- Aniversariante???? Tem alguém fazendo aniversário???????
Pois é, Natal significa NASCIMENTO, e a comemoração de um nascimento é a festa do ANIVERSÁRIO, e de quem? De JESUSCRISTO!!


 “ESQUECERAM DE MIM”, quem não se lembra do filme?
Uns anos atrás, na revista Brasil Cristão, li um artigo do Padre Zezinho no qual ele, relembrando o filme em voga na época, fazia um paralelo com o Natal.
Este é um trecho do artigo:
 “Você já chorou sozinho, no seu aniversário, porque ninguém telefonou, ninguém deu os parabéns, porque o dia do seu nascimento passou em branco? Imagine como eu deveria chorar no Natal. O que tem de gente que me esquece...
Não estou exagerando, não... Olhe ao seu redor!
‘Esqueceram de mim’ e inventaram uma história de trenó, de renas, de Papai Noel e chaminés. Esqueceram que vim do Céu, não do Pólo Norte. Esqueceram que não precisei de trenó, mas quis vir ao mundo por Maria, pela força e ação do Espírito Santo e que não preciso entrar por chaminés, mesmo porque elas quase já não existem. Eu quero entrar pelos corações!”

UM FELIZ E ABENÇOADO NATAL!!

Lilia Diana

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

DE QUEM É A FESTA DO NATAL?


Vai chegando dezembro e a cidade começa a mudar, milhares de lusinhas e enfeites chineses aparecem por todo canto.
As pessoas começam a ficar a mil pensando nas festas, nos presentes, nas comemorações, amigo oculto, confraternizações de trabalho, academia, clube, etc.
É assim em todas as cidades grandes e, graças à globalização, também está acontecendo nas cidades menores do interior.
A imprensa falada ou escrita, real ou virtual sente que não pode ficar de fora num evento que movimenta tantas pessoas e recursos. Ai quase todo que é colunista acha-se na obrigação pessoal, ou imposta pelo chefe, de escrever sobre o Natal.
Multiplicam-se os escritos, alguns mais concretos, outros menos, alguns mais fieis à verdade, outros menos, alguns focando o tema motivo das comemorações, e outros falando apenas dos usos e costumes, pois já não sabe mais o que realmente se festeja.
Para quem não sabe... Natal significa: nascimento (pode procurar no Aurélio), e a comemoração de um nascimento é a festa de aniversário. Mas de quem é o aniversário? De Jesuscristo.
Então, o Natal é uma festa religiosa dos cristãos. Alguns colunistas sabem disso, mas ao fazerem o seu artigo não sempre escrevem as verdades religiosas e sim o que eles acham que são essas verdades.
Foi assim que no ano passado, ou retrasado, me deparei como um artigo que discorria sobre o fato de que “antigamente a Igreja considerava a Páscoa a festa mais importante, hoje em dia a Igreja celebra mais o Natal”.
Tadinha da moça que escreveu esse artigo! Nem a missa ela vai, mal conhece a religião, e em vez de consultar a quem realmente sabe, decide escrever o que ela acha.
O natal é a festa mais importante para o COMÉRCIO, não para a Igreja.
Claro! É mais fácil vender presentes para um nascimento do que para uma morte...
É a festa mais importante para quem quer faturar, para quem quer dar um impulso a sua indústria ou comércio, para quem quer uma renda extra, para quem quer fazer um pé de meia....
E para os cristãos? Quem realmente vive a religião cristã, seja qual for a modalidade, sabe que a festa mais importante foi, é e será sempre a Páscoa.

No caso da Igreja Católica, sempre mais visada e/ou criticada, a diferença é bem definida.
Para o Natal se dedicam 4 semanas de preparação: o Advento, uma véspera e um dia na data: o Natal, e de 12 a 15 dias mais o menos após a data comemorativa: o Tempo de Natal que vai até o domingo após o 6 de janeiro.
Para a Páscoa, é bem mais tempo, são 40 dias de preparação: a Quaresma, uma semana na data: Semana Santa, e 50 dias após a data: o Tempo Pascal.
(fonte: Missal Cotidiano – Edições Paulinas)

Autora: Lilia Diana

domingo, 30 de outubro de 2011

O TESTEMUNHO DE UMA FACE

Numa sociedade como no tempo de Jesus, profundamente estruturada em classes, dividida entre sacerdotes e sumos sacerdotes, doutores da lei e escribas, o Senhor anuncia publicamente que o essencial é a força do testemunho: sobre a a cátedra de Moisés se sentaram os escribas e os fariseus; observai e fazei tudo aquilo que vos dizem, mas não imiteis suas obras, porque dizem e não fazem.
Mais do que de metres, o mundo precisa de santos que anunciem com o testemunho de suas vidas aquilo que se pronuncia com os lábios. Não foi por acaso que, desde o início do Cristianismo, o povo de Deus gostava de representar através de ícones o rosto de Cristo e, mais tarde, as imagens dos apóstolos, mártires e santos sobre cujos túmulos era celebrada a Eucaristia. Foi o testemunho vivo desses homens e mulheres que tornaram possível, sob a ação do Espírito Santo, a evangelização do Império Romano em meio a uma sociedade hostil que perseguia os cristãos até a efusão do próprio sangue. Como dizia Tertuliano: "O sangue dos mártires é semente de novos cristãos". Quanto mais eram perseguidos e martirizados, tanto mais pessoas aderiam à fé, impressionadas pelo testemunho de homens e mulheres, crianças, jovens e adultos que não temiam nem a morte. Todos queriam saber qual era o segredo, a força que os sustentava no testemunho eloquente do martírio. Foi exatamente este testemunho evangelizador que fez com que o nome de Jesus chegasse a todos os povos, raças, línguas e nações.
Encerrando o mês das Missões, tenhamos o propósito firme de ser em nosso mundo uma imagem viva de testemunho do Cristo, pois o rosto, a vida de uma pessoa fala muito mais do que mil discursos ou mil palavras.


Fonte: folheto dominical "A Missa", do 31º Domingo do Tempo Comum
Publicação da Coordenação de Pastoral da Arquidiocese do Rio de Janeiro.


PORTAL DA ARQUIDIOCESE DA CIDADE DE SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO
www.arquidiocese.org.br


Conheça o novo veículo de comunicação da Arquidiocese do Rio, veja os vídeos e acompanhe as transmissões ao vivo: www.redentor.tv.br

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O VERDADEIRO VALOR


Outro dia enquanto estava fazendo os exercícios na clínica de fisioterapia, ouvi uma conversa entre duas mulheres que estavam na outra sala.

Conversavam sobre o fato de terem ficado sem os respectivos maridos, não sei se por falecimento ou separação, peguei a conversa pelo meio.

Falavam sobre as vantagens da situação, como era melhor poder ir e vir sem ter que dar satisfação, fazer o que quisessem, etc.

Lá pelas tantas, uma delas disse: “e a tampa do vaso sempre levantada? Ah! como incomoda a tampa levantada!”

Guardei essa frase como síntese da conversa, e eu que não troco a companhia do meu marido por nada, comecei a refletir.

Lembrei dos tantos e-mails recebidos com queixas delas contra eles, e suas respectivas revanches masculinas. Ambas nos fazem rir, mas no fundo trazem um quê de revolta.

Será que damos o verdadeiro valor àquela pessoa tão especial que Deus colocou ao nosso lado?

Que importância tem que a tampa do vaso fique levantada, se o vaso (e o espelho, e as cortinas e até a casa) ele comprou na cor que eu gosto, mesmo que seja cor de rosa?

Que importância tem que eu tenha que dizer: “querido vou dar um pulo na casa da minha amiga”, se quando me demorar na conversa ele vai estar me esperando de carro na porta da minha amiga?

Que importância tem se ele não se lembra do dia em que nos conhecemos, ou da data do casamento, ou qualquer outra data, se na hora que eu estiver triste ele vai estar do meu lado para me consolar?

Que importância tem qualquer uma daquelas milhares de reclamações repetidas até o cansaço, se quando nós dizemos uma piada, eles riem, quando nós estamos assustadas, eles nos cercam com seus braços, quando nós estamos confusas, eles nos orientam?

Será que alguma vez passou pelas nossas cabeças femininas que aquele homem que deixa a roupa espalhada pelo chão, a lata de biscoitos aberta, e que não pára de cutucar o controle da televisão, é capaz de fazer qualquer coisa para nos defender quando precisarmos, mesmo arriscando a vida?

Está na hora de dar menos importância a detalhes supérfluos e valorizar o que é realmente importante.

Lilia Diana - setembro 2011

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

NOVELAS


Um leitor (não vou citar o nome), em texto publicado no Espaço Do Leitor de um jornal da Bahia, critica a atitude do apresentador Carlos Alberto de Nóbrega, no SBT, em não tirar o chapéu para as novelas da Globo por entender que “os conteúdos exibidos, nas tramas, eram apologias constantes à destruição da união familiar”, e alega que “tais novelas só expressam as mazelas sociais da atualidade no nosso País”.

O leitor pelo visto não deve morar no Brasil, senão saberia que o telespectador brasileiro que está interessado em saber das “atualidades no nosso País”, liga o telejornal e não a novela.

Desde a criação da televisão no Brasil, a novela tem sido modelador de opinião. O telespectador de novelas se identifica com os personagens, se sente dentro da trama, torna o tema da novela que assiste motivo de conversa com familiares e amigos e, principalmente, IMITA o que vê na telinha.
Até quem não assiste novelas sabe o tema que está sendo tratado nas novelas só de entrar nas lojas no seu dia a dia. Roupas, bijuterias, e outros artigos usados nas novelas são consumidos massivamente, crianças que nascem durante a exibição de uma determinada novela recebe o nome do(a) personagem principal. 

Até artistas de novela quando andando na rua da sua cidade são confundidos com seu personagem. Quem desconhece esta situação?

Por isso é tão importante que as novelas não sejam modelos de destruição da família, de exemplos de vícios e contra-valores.
Infelizmente os autores e diretores de novelas não têm consciência da responsabilidade social de que estão incumbidos, e em nome da “liberdade de expressão”, lançam nos lares brasileiros qualquer história que lhes renda audiência e lucro, mesmo que seja um lixo.

Assim assistimos a triste realidade de pessoas que poderiam ter uma vida limpa e exemplar, virarem “prostitutas psicológicas” ao querer se igualar às personagens desse tipo de vida tão bem “pintadinhas de santa” pela equipe de novelas.

Eu “tiro o chapéu” para Carlos Alberto de Nóbrega.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA


Quem pensa que a perseguição religiosa acabou com o último César da Roma antiga, se engana totalmente. Hoje em dia a perseguição é mais dissimulada, escondida, como quem não quer nada, mas ai está ela.
Num artigo sobre a concisão de liberdade a um rapaz que tinha cometido assassinato (não vou citar o nome), um conceituado jornal (também não quero citar para não desprestigiar), o título é iniciado por: “Ex-seminarista...”
Seminarista por acaso é profissão? É cargo numa firma? Nem uma nem outra coisa. Um seminarista é apenas um “estudante de um seminário”.
Se o crime tivesse sido praticado pelo dono do açougue a imprensa teria publicado: “Comerciante é acusado de...” e não “Ex-estudante de segundo grau... (ou de primeiro ou que fosse)”.
Se tivesse sido praticado por um advogado, engenheiro, arquiteto, ou qualquer outro profissional, seria também qualificado pelo seu título. O pai do acusado é qualificado como: “publicitário” e como “empresário”, e a madrasta, tal vez por falta de profissão específica, nem qualificação foi-lhe atribuída.
Se o rapaz trabalhava na empresa do pai, e logicamente tinha algum cargo, por que não foi qualificado pelo cargo que ocupava em vez de ser-lo por um estudo que não mais realizava? Porque “EX”, significa que NÃO É MAIS.
A razão é simples: Ex-seminarista liga logo o pensamento à Igreja Católica, e a intenção é essa mesma: denegrir a Igreja.
Reconheço que o texto precise de sinônimos para não se tornar repetitivo, a boa gramática assim o exige, mas o rapaz, além do seu próprio nome, poderia ter sido nomeado por: “o acusado”, “o filho do empresário”, “o suspeito”, “o jovem”; mas no artigo além do seu nome, só uma vez aparece “o jovem”, já a expressão “ex-seminarista” está 5 (cinco) vezes.
Negar que a expressão foi colocada intencionalmente, é ingênuo, salta a vista. É um claro caso de perseguição ou discriminação religiosa, disfarçada, sutil, mas que de tanto ir se repetindo vai criando na sociedade uma antipatia pela Igreja e seus membros, uma mentalidade anti-religiosa bem conveniente.


segunda-feira, 18 de julho de 2011

RELIGIÃO DE POBRES E ESCRAVOS

“O Cristianismo na sua origem era religião de pobres e escravos”
Li esta frase num livro e logo pensei: está errado, mas é a opinião de, talvez, a maioria das pessoas que não têm uma sólida formação cristã.
Através do tempo, nestes dois milênios de Cristianismo, muitas histórias foram contadas através de livros, cinema, vídeos, televisão, etc. Algumas mais fieis à realidade, outras menos, e outras totalmente de ficção tomando do cristianismo apenas os personagens.
Mesmo entre os autores ou diretores que foram fiéis aos acontecimentos, houve quem não se tomou o trabalho de estudar a sociedade da época, e quem fizesse “cortes” para adequar a historia real com a trama do livro ou filme.
Mesmo as pessoas que se consideram “muito católicas” por vezes só conhecem dos Evangelhos os trechos lidos nas missas dominicais.
Aos poucos, a essência da religião foi sendo substituída pela fantasia e pelo “achismo” da livre interpretação sem base.
Hoje em dia a superstição se mistura à religião que muitas vezes é apenas encarada como talismã para livrar-mos dos problemas que não podemos ou não queremos dar-nos o trabalho de lutar para resolver.
Durante séculos, populações isoladas, abandonadas pelos governantes, com escassa cultura, e ainda menos recursos, tinham como única certeza o amor do seu Deus, e fizeram da sua fé uma tábua de salvação.
Tudo isso contribuiu para formar uma mentalidade onde a religião passa a ser apenas o recurso do pobre que não tendo como ser feliz nesta terra, vive na ilusão de uma felicidade pós morte.
Mas não é essa a realidade evangélica. Quem lê os Evangelhos e conhece os personagens, sabe que a mensagem divina não é sectária, é universal. É tanto para pobres como para ricos.
O Precursor: São João Batista
Segundo o Evangelho de Lucas, João, mais tarde chamado o Batista, nasceu numa cidade do reino de Judá, filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, parenta próxima de Maria, mãe de Jesus.
A imagem que ficou gravada na mente das pessoas é a apresentada pelos evangelhos de Mateus e Marcos: “João usava uma vestimenta de pêlos de camelo e um cinto de couro em volta dos rins. Alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre” (Mt 3, 4).
A “pobreza” de João na realidade era a austeridade de um eremita, escolhida quando adulto consciente da sua missão de precursor de Cristo.
João não pertencia a uma família pobre. Seu pai era “um sacerdote por nome Zacarias, da classe de Abias” (Lc 1, 5); ou seja, pertencia à classe sacerdotal, a mais nobre dentro da sociedade da época.
Os Apóstolos
Dentre os muitos discípulos que O seguiam, Jesus escolheu 12 para conviver mais de perto com Ele para melhor formá-los. Esses discípulos conhecidos como Apóstolos, serão os fundadores da Igreja e continuadores da missão de Jesus.
Todos lembram de Pedro, pescador da Galiléia, e de Judas o traidor; mas, quantas pessoas lembram sequer o nome dos outros 10 apóstolos ou suas profissões? Muitos pensam que todos os apóstolos eram “pobres pescadores ignorantes”.
Pedro e André foram pescadores, mas não os vejamos com a posição social dos pescadores do nosso século que trabalham duro para vender muito barato o peixe para as grandes indústrias ou atacadistas que ficam com todo o lucro.
Naquela época não existiam indústrias de congelados nem enlatados. O pescador estava no topo da linha de produção. Ele pescava e vendia o peixe geralmente para o consumidor final.
Tiago e João Evangelista eram filhos de Zebedeu “rico pescador de Betsaida”1. Conforme se pode comprovar pelo evangelho de São Marcos, Zebedeu tinha empregados trabalhando com ele além dos filhos (Mar 1, 20), por tanto não era um “pobre pescador” e Pedro era seu sócio (Lc 5,10).
Mateus, cujo primeiro nome era Levi, era coletor de impostos, profissão desprezada pela maioria dos judeus, pois o coletor trabalhava para os romanos, os invasores que subjugavam o país e tinha fama de enriquecer na profissão não sempre honestamente.
Quando Jesus chama Mateus, ele prepara um banquete para receber-lO ao qual “muitos cobradores de impostos” também compareceram (Mar 2, 14-15). Isso demonstra que não era pobre, tinha posses suficientes para dar um banquete a qualquer momento e para muitas pessoas.
São Lucas, no capítulo 8 do seu Evangelho, nos narra que o grupo que acompanhava Jesus era formado pelos 12 apóstolos e mais algumas mulheres que possuíam posses com as quais financiavam, por assim dizer, o trabalho apostólico do Mestre: “...Jesus andava pelas cidades e aldeias anunciando a Boa Nova do reino de Deus. Os doze estavam com ele, como também algumas mulheres... :Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios, Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Susana e muitas outras, que o assistiam com as suas posses.” (LC 8).
Na hora da morte de Jesus, também foram seus discípulos ricos que acudiram no seu auxilio. O sepultamento de Jesus não foi numa cova comum como se costumavam enterrar os crucificados, “um homem rico de Arimatéia, chamado José, que era também discípulo de Jesus, foi procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus... o depositou num sepulcro novo, que tinha mandado talhar para si na rocha” (Mat 27,57-60). “Acompanhou-o Nicodemos, ... levando umas cem libras de uma mistura de mirra e aloés.” (Jo 19,39) Cem libras são 45,36kg, uma enorme quantidade de aromas, o que demonstra além do grande carinho do discípulo, uma posição econômica folgada.
O início da Igreja - Os primeiros séculos: a expansão
Logo depois da ressurreição de Jesus, seus discípulos são perseguidos pelas autoridades judaicas no intuito de acabar de vez com seguidores de Mestre tão incômodo.
Nessas circunstâncias se destaca o jovem Saulo, que posteriormente vai ser um dos pilares da Igreja: São Paulo. Tudo faz acreditar que Paulo pertencia a uma família abastada. “Paulo fazia questão de dizer que era Cidadão Romano (At 16,37; 22,25), e que tinha esse direito «de nascença» (At. 22,29), isto é, recebeu-o do pai. Quer dizer que o pai ou avô de Paulo conseguiu apropriar-se da Cidadania Romana a ponto de poder passá-la para os filhos, e isso requeria «vultosa soma de dinheiro»(At 22,28).” 2  
São Paulo, o Apôstolo dos Gentios, como se costuma chamar, foi o principal responsável pela expansão do cristianismo pela Ásia Menor e a Grécia. Seguindo o mandato evangélico: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (mar 16, 15), não fez acepção de pessoas, dirigiu-se a todos, ricos e pobres, livres e escravos, judeus e não judeus. Dentre as pessoas que se converteram ao cristianismo através da pregação de Paulo podem contar-se tanto pessoas simples e de baixos recursos, como pessoas ricas e influentes, e até autoridades como o procônsul de Chipre.
Com a perseguição na Judéia, os primeiros cristãos se espalham pelo mundo a fora seguindo a ordem do mestre: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Notícia a toda a humanidade” (Mc 16,15).
Por volta do ano 110, um escritor romano, Plínio, escreve ao imperador Trajano que os cristãos eram “muitos, de todas as idades, de toda a condição, de um e outro sexo”3

Já um século mais tarde é Tertuliano quem descreve a abrangência dos cristãos dentro do Império Romano: “Somos de ontem e já enchemos as vossas cidades, as vossas casas, as vossas praças, os vossos municípios, os conselhos, os campos, as tribos, as decúrias, o Palácio, o Senado e o Foro; não vos deixamos senão os vossos templos.”4  
A época dos mártires
Os cristãos dos primeiros tempos viviam sua fé de forma total, e essa forma de vida chocava os costumes do povo romano em geral e preocupava as autoridades.
Já no primeiro século começaram as persecussões em massa. As ATAS DOS MÁRTIRES recopila uma serie de testemunhos desses primeiros cristãos que doaram sua vida pelo Mestre.
Nessas atas podemos encontrar uma ampla variedade de profissões dos cristãos que foram martirizados.
Alguns exemplos:
Felicidade: nobre matrona romana.
Pontino : bispo da cidade de Lião.
São Vito: de família patrícia.
Blandina: escrava.
Felicidade (outra): escrava
Cosme e Damião: médicos.
Santa Perpétua: jovem romana de estirpe nobre.
Sereno: jardineiro
Flávio Clemente: cônsul (e a sua esposa Flávia Domitila).