Assisti
ontem a um capítulo do CSI, não sei qual temporada. O tema era o assassinato de
um pára-quedista que morreu ao saltar com um pára-quedas sabotado.
A
vítima era um homem casado e sem filhos. No decorrer da história se descobre que era pai
de mais de 100 filhos nascidos do sêmen que ele doou na época de estudante para
arrecadar dinheiro para pagar a faculdade.
Evidente
que todos os filhos e alguns pais foram suspeitos do crime. Dentre eles quem
chamou minha atenção foi um pai que chorava a morte da filha ainda novinha
vítima de uma doença genética transmitida pelo doador que não declarou possuí-la
na hora da venda do sêmen.
O
CSI investigou e achou o culpado, mas nada disse a esse pai que pudesse dar-lhe
consolo.
As
palavras do pai: “ele matou minha
filha”.
O
que se pode dizer?
Eu
diria: ele não matou sua filha, ele deu a vida a sua filha. Sua filha
nasceu do sêmen dele, foi uma vida curta, mas com certeza com muito amor para
ser lembrada com tanta dor.
Se
essa pessoa não tivesse doado seu sêmen, o senhor teria mesmo assim uma filha
ou um filho nascidos do sêmen de outro doador, mas não seria a mesma filha,
única e irrepetível, com esse rostinho, com esse sorriso, com essa voz.
Por que lembrar sua morte em lugar de
lembrar sua vida?
Por
que ficar anos a fio chorando a morte de um ser querido em lugar de ficar
lembrando tudo o de bom que esse ser viveu conosco, tudo aquilo que nos deu, o
quanto nos amou?
autora: Lilia Diana
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