Valor Divino do Humano - Jesus Urteaga Lodi

Compreendi a frialdade dessas almas quando senti no meu íntimo aquele repto que refletiam os olhos dos pagãos: “Demonstrai-nos com vossas vidas que Cristo vive!”.Valor Divino do Humano - Jesus Urteaga Lodi

quarta-feira, 5 de maio de 2021

SER JUSTOS

 

A justiça é a virtude cardeal que permite uma convivência reta e límpida entre os homens. Sem esta virtude, a convivência torna-se impossível; a sociedade, a família, a empresa deixam de ser humanas e converte-se em lugares onde o homem atropela o homem. A justiça regula a convivência da sociedade humana enquanto humana, quer dizer, enquanto baseada no respeito aos direitos pessoais; é “princípio da existência e da coexistência dos homens, como também das comunidades humanas, das sociedades e dos povos”.

Num dos seus aspectos, esta virtude diz respeito às relações com os vizinhos, com os colegas, com os amigos e, em geral, com todas as pessoas: regula as relações dos homens entre si, dando a cada um o que lhe é devido. Sob outro aspecto, refere-se aos deveres da sociedade para com cada indivíduo, naquilo que este deve receber dela. Por último, regula aquilo que cada indivíduo concreto deve à comunidade a que pertence, ao todo de que faz parte.

Numa sociedade, a justiça procede daqueles que a compõem, são as pessoas que projetam na sociedade a sua justiça ou a sua injustiça, sobretudo quando nela detêm maior responsabilidade. E isto é válido na família, na empresa, na nação ou no conjunto de nações que compõem o mundo. Se verdadeiramente queremos que a justiça impere numa sociedade – quer e trate de uma aldeia ou de uma nação –, tornemos justos os homens que a compõem; que cada um de nós comece por ser justo nesse tríplice plano: com aqueles com quem nos relacionamos todos os dias, com aqueles que dependem de nós e, por último, com a sociedade de que fazemos parte, dando-lhe o que devemos. A primeira obrigação moral da justiça é, pois, que sejamos justos em todos os aspectos da nossa vida.

A luta por uma maior justiça na sociedade é fruto assim de uma série de decisões pessoais, que vão modelando a alma da pessoa que pratica essa virtude. Com atos concretos de justiça, o homem passa a reger-se com uma facilidade cada vez maior por “uma vontade constante e inalterável de dar a cada um o que é seu”, pois é nisso que consiste a essência desta virtude.

 

Fragmento do livro: FALAR COM DEUS - Volume 2, autor: Francisco Fernández Carvajal

Editora Quadrante

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